Fui
mãe muito jovem de dois filhos lindos, Amanda e Gabriel, frutos do
meu primeiro casamento. Hoje a Amanda já está com 22 anos,
concluindo o curso de Fisioterapia. Gabriel, com 19 anos, cursando o
terceiro semestre do curso de Administração. Extremamente amados
desde sempre, mas ambos não foram planejados.
Em
2006, conheci o grande amor da minha vida e decididamente tive muita
vontade de ser mãe novamente. Dos 36 aos 38 anos ficamos
amadurecendo a idéia. Meu marido ainda não tinha filhos e apesar de
ser um verdadeiro pai para Amanda e Gabriel, queria muito ter um que
fosse só NOSSO.

Contrariando
todas as estatísticas, aos 38 anos e vinte anos tomando remédios
contraceptivos, em apenas dois meses de tentativas, a Elisa já
estava à caminho. A gravidez foi perfeita do início ao fim.
Lembro
nitidamente de como fiquei nervosa antes do exame de Translucência
Nucal. E a médica com largo sorriso no rosto me disse: “ TN 1,1,
presença de osso nasal. Esse exame é um divisor de águas para as
síndromes”. Saímos do consultório, radiantes. O Senhor havia nos
abençoado.
Realizei
todos os exames possíveis e sugeridos pelo médico: Morfológicos 1º
e 2º trimestres, 3D, Ecocardiograma fetal, todos normais. Como eu
queria fazer laqueadura, optamos pela cesárea; marcamos para o dia
18/11/2013, segunda-feira, pois o papai poderia ficar toda a semana
conosco. Mas a nossa pitoca resolveu se antecipar. Na noite do dia
14/11, véspera de feriado, comecei sentir contrações mais
freqüentes. Na manhã do dia 15/11/2013, com 38 semanas e 3 dias de
gestação, ligamos para o obstetra para relatar os sintomas e ele
nos disse: “Encontro vocês na maternidade em 30 minutos, leva a
mala da Elisa”.
Quanta
felicidade! O fruto do nosso AMOR estava chegando.
O parto foi angustiante. Dona Elisa já estava encaixada para parto normal e o médico teve que fazer uma manobra para que ela nascesse de cesariana. Nem vou comentar aqui, tudo o que poderia ter acontecido. Minha filha já era uma guerreira.
O parto foi angustiante. Dona Elisa já estava encaixada para parto normal e o médico teve que fazer uma manobra para que ela nascesse de cesariana. Nem vou comentar aqui, tudo o que poderia ter acontecido. Minha filha já era uma guerreira.
Elisa
nasceu roxinha, demorou a chorar. O Apgar foi 8 logo após o parto e
em 5 minutos passou para 10. Uma gorducha linda, 3,735 Kg e 49 cm.
Percebi que ela era “diferente”, na nossa primeira troca de
olhares. Mesmo o papai tenho olhinhos puxados e pequenos, Elisa não
se parecia com os irmãos.
Durante
o tempo que estivemos na sala de recuperação, não parava de olhar
para ela e para a outra bebê que estava lá. Ela sugava o peito da
mãe com vontade, enquanto que Elisa dormia no aconchego dos meus
braços. Mal sabia eu, que o pai já tinha ouvido do médico , a
suspeita da SD. Eles preferiram não me contar naquele dia.
A
noite na maternidade foi angustiante, indagava meu marido: Tu não
acha que ela tem os olhos, meio puxados? O percebia nervoso, mas ele
sempre me desconversava. Todas as pessoas que me visitaram, nenhuma
percebeu nada. Na tarde do outro dia, o pediatra finalmente foi no
quarto. Realizou os testes de rotina na Elisa e ela fez todos
direitinhos. E eu, com uma angústia danada, perguntei: -- Está
tudo bem doutor? Antes de o médico me responder, meu marido me olha
e diz:
“-
Preta, pergunta para ele o que realmente tu queres perguntar”. Não
sei descrever com precisão o que senti naquele exato momento. Não
queria acreditar que a minha suspeita era real. O médico me olhou e
disse: O
que tu queres saber? Eu falei: - Achei ela com os olhinhos meio
puxados, característicos da síndrome. E ele: - O que mais? Eu
tremendo, falei: - Percebi ela mais molinha, quietinha. (Ainda não
sabia o que era hipotonia). Ele totalmente despreparado me disse: --
Mãe, tudo o que você observou, nós também percebemos. Mas ela não
tem todas as características. Antigamente dávamos o diagnóstico a
olho nu. Atualmente, somente depois do exame de cariótipo. Realmente
não posso te confirmar se ela tem SD. Hoje penso que ele já tinha
a certeza do diagnóstico, apenas não teve coragem de me contar,
pensando ser esta notícia a pior possível.
O
médico saiu do quarto e já desabei instantaneamente. Nos abraçamos
e choramos sem parar. Recebemos alta do hospital no mesmo dia, mesmo
sendo cesariana.
Não
queria ver ninguém, não queria conversar com ninguém. Sensação
indescritível do chão se abrir e um prédio despencar sobre a
minha cabeça. Perdi 12 kg em 15 dias. Só sabia chorar e imaginar um
futuro de preconceitos pela frente. Recebi apoio incondicional do meu
marido, dos meus filhos, da minha família em geral e de alguns
amigos.
Foi
longa e angustiante a espera do resultado do exame de cariótipo.
Confesso que no fundo tinha uma esperança de dar negativo, pois
Elisa começou a se desenvolver muito bem.

A
Luciana controladora de tudo, imediatista e perfeccionista, não
existe mais. Junto com a minha doce ELISA, nasceu uma Luciana que
está descobrindo a felicidade nas pequenas conquistas do dia-a-dia.
Uma Luciana que está sabendo dar valor, ao que realmente tem valor.
Uma eterna aprendiz, que levou quase 40 anos para aprender que os
desígnios de Deus, jamais são negativas de Deus e que TUDO tem uma
razão de SER.

Se
me perguntarem, o que faria se eu pudesse voltar no tempo.
Responderia: faria TUDO novamente para ter a minha ELISA igualzinha,
do jeitinho que ela é.
Elisa,
meu doce mais doce. Te amo com todas as minhas forças!
Luciana Gontan Albiero nos emocionou com a história dela, quer contar a sua também?
Luciana, sua história é incrivelmente muito parecida com a minha, no que diz respeito a partir do nascimento da Eliza.
ResponderExcluirMinha Biazinha está com quase 11 meses. Nasceu de 38 semanas e 2 dias, de um parto cesariana de urgência onde ela poderia ter chegado a sofrimento fetal.
Após o nascimento ela ficou alguns minutos no meu colo e o papai tb foi o primeiro a saber.
No outro dia, ao perguntar para o pediatra do hospital sobre a sindrome, ele me respondeu: "Acho que tem que fazer o exame". Mas tb tenho certeza que ele já sabia, apenas estava me preparando...
Assim como vc, caimos num luto imenso. O cariótipo ficou pronto no mesmo dia que ela completou seu primeiro mês. Incrivelmente nesse dia não mais chorei, já havia um amor incondicional muito forte. Neste dia, eu e meu marido fomos conhecer a APAE aqui de Santos. E em nenhum momento a síndrome abalou nosso relacionamento, ao contrário, ficamos mais unidos, choramos e sorrimos juntos.
Tive um apoio imenso da família e dos amigos. Quebrei meus "pré-conceitos".
Sou imensamente mais feliz hoje e, em muitos momentos não vejo a SD da minha filha mas, claro, nem por isso deixamos de estimulá-la frequentemente.
Obrigada por compartilhar a sua história e tenho certeza que a sua pequena Eliza irá brilhar tanto quando a minha Beatriz! Beijos!
(Soraia Menezes / Santos-SP)
Com certeza Soraia. Elas vieram para resignificar nossas vidas. Se quiser adicionar, terei imenso prazer em continuar mantendo contato. Beijos nossos.
ExcluirCom certeza Soraia. Elas vieram para resignificar nossas vidas. Se quiser adicionar, terei imenso prazer em continuar mantendo contato. Beijos nossos.
ExcluirQue lindo Lu! Obrigada por nos proporcionar momentos de alegria com cada conquista da nossa Elisa. Um beijo. Amanda, a Comassetto.
ResponderExcluirUm beijo Amanda e obrigado pelo carinho. A presença dos amigos foi e é fundamental para mim e para o desenvolvimento da nossa Elisa.
Excluir..
ResponderExcluirLinda história de amor,eu estou conhecendo o Gabriel,ele nasceu faz 2 dias e o pediatra logo que ele saiu da barriguinha da mamãe me chamou e disse que ele tinha as características de down, eu a amo ,só um pouco confuso,mas a amo....
ResponderExcluirTua história é linda e só pessoas abençoadas por Deus para ter este presente a Elisa é linda e não poderia ter mãe e pai melhores e especias como vcs um beijo no coração de todos vcs
ResponderExcluirDEUS abençoe todos voces!
ResponderExcluirDEUS abençoe todos voces!
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